Um amor na semente

Laurinha está no centro espírita e a professora comenta:

– “Amar os nossos inimigos”. Essa foi uma das tantas recomendações de Jesus. Alguém sabe o que significa?

As crianças ficam em silêncio, e a professora continua:

– Significa amar não só os nossos amigos.

– Ah, mas como alguém vai conseguir amar um inimigo? – pergunta Aninha.

– Quando falamos em amar os inimigos, não significa que precisamos amar como amamos nossos pais ou irmãos, por exemplo – responde a professora.

– Então pode ser um amor pequenininho? – questiona Laurinha.

– Simplificando, o amor pode sim ter diversas intensidades. Amamos nossos pais diferentemente de como amamos nossos amigos, não é?

– Siiiimmmm – respondem as crianças.

– Mas amar um inimigo não dá, professora. Como vamos amar alguém que mata? – pondera Jorginho.

– Jorginho, o Evangelho de Jesus nos ensina que não precisamos amar o inimigo como amamos a quem queremos bem, basta não querer mal, não cultivar a raiva e o ódio por ele.

– Então esse é um amor diferente! – reflete Laurinha.

– Isso…

– Ok, já entendemos: o amor aos inimigos é como se fosse ainda um amor na semente, bem pequenininho, que nem sabe quanto vai crescer – Laurinha complementa.

A professora sorri e responde:

– Sim, é isso mesmo, Laurinha.

– E quanto mais amamos as pessoas, mais a árvore pode crescer, não é? – pergunta Laurinha.

E as crianças começam a conversar entre si:

– Um amor de raiz…

– Um amor de folhinha…

– Ah, agora entendi, professora, por que falam de árvore de família – disse Laurinha

– Por quê, Laurinha?

– A gente representa a família na árvore, porque ela vem da semente do amor que ficou beeeeeeem grande.

– Isso mesmo!!

– É, mas tem uns galhos que ainda são bem tortinhos, né, professora?

Texto do livro: Tem espíritos no escuro?

 

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